História de sucesso de uma startup
Você acompanhou na última edição do Mundo Universitário o tema das startups. Dando continuidade ao assunto, foi realizada na Candido Mendes, a Semana da Inovação, muitas pessoas contaram a sua história de sucesso. Uma delas é Thiago Rodrigues, fundador da Roveq – Sistemas Embarcados e mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação.
Isabelle Bento – Conta para gente a sua trajetória e como nasceu a Roveq.
Thiago Rodrigues – “Na época da minha Graduação, eu trabalhava em uma empresa como operador de vídeo inspeção em tubulações na área de saneamento. O equipamento, um robô, quebrou e o gerente me orientou a embalar e encaminhar para o fabricante. E a obra ficou paralisada, a rua interditada por mais de 20 dias. Aquilo me causou uma inquietação. Eu achei que poderia fazer alguma coisa. Sou entusiasta por eletrônica e robótica, eu já fazia o curso de Engenharia de Automação no IFF (Instituto Federal Fluminense). Em uma outra oportunidade que deu problema, eu me propus a tentar consertar, na mesma situação que aconteceu anteriormente. Levei minha caixa de ferramentas, abri o robô, identifiquei o problema e consegui fazer voltar a funcionar. Desde esse dia, a empresa nunca mais mandou os robôs para o fabricante. Eu assumi a parte de manutenção da empresa. comecei a me envolver com a parte tecnológica dos robôs, de como eles funcionavam. Foi aí que nasceu a Roveq. E eu dei início ao meu próprio projeto de robô de vídeo inspeção, que foi desenvolvido no Polo de Inovação daqui de Campos, com recursos Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e financiamento do Fundecam (Fundo de Desenvolvimento de Campos) com contrapartida da empresa.”
Isabelle Bento – O que a Roveq desenvolve?
Thiago Rodrigues – A Roveq é uma startup na área de robótica de vídeo inspeção. Nós desenvolvemos nosso robô de vídeo inspeção de dutos; desenvolvemos o sistema de time-lapse, que está acompanhando as obras da termelétrica GNA1 no Porto do Açú; e também prestamos serviços na área de vídeo inspeção de dutos com nossos próprios equipamentos, inspeção aérea com drones, serviço de detecção de redes enterradas, por método de GPR (radar por superfície), manutenção e otimização de equipamentos que já existem no mercado. Nosso site é o www.roveq.com.br.
Isabelle Bento – A Roveq nasceu da sua inquietação, da sua veia empreendedora. O Mundo Universitário tem um grande público de jovens universitários que estão cursando a Graduação, justamente no momento que a Roveq surgiu. Qual a dica ou orientação que você dá para essas pessoas?
Thiago Rodrigues – A dica que eu dou é ter uma atitude mais ativa em relação ao mercado. É muito comum ver que a pessoa termina a graduação e acha que com o canudo na mão, ela vai começar a distribuir currículos e já estará preparada para o mercado. Importante tentar se capacitar ao máximo, ter vivência na área. Por exemplo, na área de engenharia, o engenheiro é um solucionador de problemas, com engenhosidade. Ele deve trabalhar com projetos. É importante que antes de terminar a graduação, já ir pensando no TCC dois a três períodos antes. Não precisa esperar a época do TCC para começar a desenvolver um projeto. Na minha graduação, eu fiz o meu TCC mesmo, que foi uma planta industrial, escrevi em 45 dias, mas porque eu já vinha desenvolvendo ele há três períodos. Importante tentar alguma vivência, um estágio, por exemplo, mesmo que a princípio não seja financeiramente vantajoso, se garante uma experiência que não se teria na sala de aula. A faculdade dá o direcionamento. Mas o acadêmico precisa adquirir vivência de mercado, experiência com projeto. Mesmo que o mercado não te absorva de início, eu aconselharia a vivenciar com projetos. A Candido Mendes terá o Centro de Inovação, que é uma oportunidade excelente para os alunos, independente de estar terminando ou no meio da graduação. O que não souber, pergunta. O importante é usar os recursos que se têm à disposição.