Leitura em foco: Projeto Corpus Literário
Pouco mais da metade da população brasileira, com 5 anos de idade ou mais, é considerada “leitor”, ou seja, leu pelo menos um livro nos últimos três meses. Pouco, né? O que muita gente não leva em consideração é que o mundo da leitura potencializa nossa capacidade de pensar, produzir, criar, compreender, ouvir e, claro, saber mais, amplia o conhecimento. E é nesse tema que o mundo universitário embarca hoje.
“A leitura amplia os horizontes do alunado. Se é papel da universidade discutir os problemas da universidade, é por meio da leitura que temos argumentos, troca de ideias, opções de teorias que trazem, de fato, respostas a esses problemas. Então, a leitura é ferramenta de trabalho indispensável do aluno universitário. Não dá para tratar de problemas da sociedade, não dá para ter um diploma de ensino superior sem que a leitura seja um hábito na sua vida.”, explicou Douglas Lemos, professor do Projeto Corpus Literário (PCL).
E é para estimular esse hábito que a Universidade Candido Mendes faz um trabalho específico sobre o tema.
“O Projeto Corpus Literário já existe há 10 anos e ele tem como objetivo realmente o incentivo à leitura. Os professores do projeto pré-selecionam alguns títulos. Disponibilizamos a resenha de cada um no site da instituição. O aluno vota com sua matrícula naquele livro predileto e o livro que tiver mais votos será o eleito para aquele semestre. E a partir daí, realizamos um ciclo de estudos em torno da obra para um aprofundamento mesmo deste livro. Relaciona esta literatura com outras artes, atualidades, com questões que são urgentes à humanidade. E depois os alunos passam por uma verificação de leitura, um teste que vai compor dois pontos na prova de todas as matérias que ele tem na universidade”, detalhou Carol Poesia, professora e coordenadora do PCL.
“O Projeto em si é muito interessante. Eu faço Direito e tenho bastante contato com a leitura, mas outros cursos não exigem tanto do acadêmico esse contato com os livros. E isso possibilita explorar isso no aluno. Uma atividade que talvez ele nem tivesse apreço ou vontade de ler. E a partir do projeto, ele pode se inspirar e ter vontade de ler mais”, avaliou Bruna Vasconcelos, acadêmica do curso de Direito.
“Leitura favorece o raciocínio lógico e a fluidez na comunicação. O aluno leitor é um melhor autor. Escreve e interpreta melhor as questões. Atende às demandas do mercado de trabalho. E também a sua própria realização pessoal. Se tornando um ser humano mais sensível ao meio em que vive”, acrescentou Carol Poesia.
Além dessas características, a coordenadora do PCL também destacou outros benefícios importantes para os acadêmicos.
“O interesse dos acadêmicos pela leitura não deveria ser só a nota da prova ou o principal ganho deste projeto. Mas tirando essa preocupação prática por parte dos alunos, nós, que estudamos leitura, cognição, linguagens e literatura há muito tempo, que trabalhamos com educação e respondemos pelo projeto, vemos os ganhos por uma outra ordem, para além da nota. A partir do momento que os alunos discutem um tema, se posicionam, dão seu ponto de vista, repensam o assunto a partir de outro ponto de vista, vemos que está acontecendo um crescimento pessoal, social e até mesmo profissional. Um crescimento, uma releitura desse ser humano. E essa é nossa intenção, com certeza”, finalizou Carol Poesia.